quarta-feira, 31 de março de 2010

O branco e o ofício

Quando ficamos alguns dias sem praticar aquilo que faz parte do nosso ofício, acabamos perdendo a empolgação e o foco daquilo que buscamos e almejamos.

Isso acontece muito comigo. Nos dias em que me dedico às aulas de violão ou contrabaixo, acabo me afastando da literatura. O mesmo acontece quando do oposto da situação.

    O ruim é quando se está trabalhando em algum ofício específico e somos obrigados a nos dedicar a outra área que não àquela a que nos interessa no momento. Dias depois, quando voltamos ao que estávamos desenvolvendo, foi-se a inspiração e o foco se perdeu.

Este é o branco. Um black out às avessas. No Black out, não enxergamos nada. Tudo é preto e escuro. O branco é ainda pior. Tem-se uma infinidade tal de informações que uma cegueira branca estabelece-se. Não vemos um palmo à nossa frente. Não somos capazes de estabelecer um pensamento sequer.

    A inspiração é o que impulsiona o artista, mas o que faz a coisa acontecer mesmo é a transpiração. No entanto, quando se perde a inspiração, perde-se a motivação, o entusiasmo, o foco.

Como no caso que acabou de ocorrer comigo há alguns dias. Estava escrevendo um conto que, acho eu, será parte de um romance, aconteceu um empecilho que me obrigou a abandonar o trabalho às pressas. Lá se foi o foco e a motivação perdeu-se de vez nos labirintos de nós mesmos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário