sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Padroeiro dos Escritos Possíveis

Este blog, Escritos Possíveis, depois da chegada do jornal São Joaquim de Fato, vem tomando um ar, digamos, cada vez mais profissional, se é que posso chamar de profissional um blog cujo objetivo é apenas um esforço intelectual e de prática da disciplina para a escrita.
Este blog é um hebdomadário. Ou seja, uma publicação semanal, atualizada de sete em sete dias. Para manter um padrão, estabeleci a sexta-feira como o dia oficial para postagens. Essa regularidade faz com que o autor, este que aqui vos escreve, submeta-se a normas preestabelecidas e a um sistema disciplinar regular.
Quanto aos textos, todos devem conter um mínimo de mil e duzentos caracteres e um máximo de mil e quinhentos, contando os espaços. Esta norma foi-me apresentada pelo jornalista e grande amigo Glauco Silvestre Silva, proprietário do mensário São Joaquim de Fato.
Para coroar esta parceria com o mensário, este blog – Escritos Possíveis –, assim como a coluna do periódico, terá a partir deste momento um padroeiro.
Todo colunista que se preze tem um padroeiro para a sua coluna. Se não o tem publicamente, tem-no nas escondidas, nas entrelinhas dos textos, como uma espécie de conselheiro intelectual. O meu conselheiro, ou seja, o meu padroeiro será o escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura, e de cuja obra me inspirei para dar título a este blog. O título do seu livro Poemas Possíveis foi o responsável por dar origem ao nome destes Escritos Possíveis.
Salve Saramago!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Escritos Possíveis para o São Joaquim de Fato

O texto publicado hoje aqui no blog foi originalmente escrito para a segunda edição, de fevereiro de 2011, do mensário São Joaquim de Fato. De agora em diante, este blog terá alguns textos publicados também no periódico acima mencionado.

Este texto inaugura esta coluna aqui no Jornal São Joaquim de Fato. Abordarei temas dos mais diversos possíveis, fatos históricos ou inventados. Escreverei sobre livros e/ou pessoas do nosso estado ou que tratam dos temas e coisas catarinenses.
Escrevo de longe (de Blumenau), mas com o pensamento bem perto – em São Joaquim. Quando escrevo ou falo sobre a minha terra, imagino-me voltando no tempo e perambulando aí neste chão onde outrora foi chamado de Chapada do Cruzeiro. Imagino os antepassados que aí viveram ou que apenas cruzaram por esses pagos e coxilhas. Penso nos antigos tropeiros viajantes que por aí dormiram – quais sonhos terão sonhado? que palavras terão usado para exprimir o que sentiam? que conversas terão confabulado uns com os outros? quais anedotas e causos compartilhavam entre si? de que sofriam?
Essas são perguntas que me inquietam e que de certa forma me intrigam. Nem todas elas terão respostas. Nem todas precisam de respostas. O que é preciso é tentar reviver ou reinventar essas histórias partindo do que já conhecemos e ouvimos falar.
Para o escritor, a ferramenta mais valiosa e que lhe é imprescindível é a sua própria imaginação. É o imaginar-se na pele de outra pessoa (persona). É o escamotear-se por detrás de uma lembrança. É o reinventar-se sempre. Quem escreve tem um mundo por decifrar, um universo por inventar ou desvendar. É como escreveu o autor português José Saramago: “Quem escreve tem à sua volta um deserto que parece infinito”.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Caminhos - a canção

Estávamos em janeiro de 2003 e entraríamos no estúdio para gravar duas músicas para a coletânea Rock com Sttilo, uma coletânea de bandas aqui da região de Blumenau produzida pelo estúdio de gravação Sttilo Produções Em Áudio. Acabou que duas bandas das dez que iriam participar desistiram na última hora. Sobrou então espaço para mais quatro faixas. Ofereceram-nos a oportunidade para gravarmos duas dessas faixas. Acabamos ficando com quatro faixas no cd, dentre elas, a canção CaminhosEsta canção, a minha segunda música escrita para a banda the Zorden, acabou entrando também no nosso primeiro cd intitulado Em Ordem, lançado em 2004.
Foi numa noite do ano de 2003... Estava eu sozinho em casa dedilhando no meu violão alguns acordes aleatórios. Quando dei por mim, estava tocando a composição For No One, dos Beatles. Logo em seguida, comecei a cantarolar uma melodia solta a partir da mudança dos acordes inspirados na sequência harmônica da canção dos Beatles. Nesse momento, escrevi no computador o primeiro verso da canção: Tantos dias vaguei em vão... E assim foi sucessivamente até definir a estrutura harmônica e melódica da composição.
Naquela noite, defini, harmônica e melodicamente, as partes principais da canção – partes A e B. – visto que a música não possui um refrão propriamente dito, pois este pode estar justamente nos dois primeiros versos de cada estrofe.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As respostas estão soprando do vento


    Com os olhos postos no futuro, à frente, e com o pensamento voltado para o passado, para trás, como nas cenas daqueles filmes de ação em que os protagonistas buscam alcançar com ardor o objeto de desejo, é assim que vivo e assim é que busco o entendimento das coisas e da vida: com os olhos bem abertos para a inovação e para o novo, mas não deixando, em hipótese alguma, de dar aquela espiadela no passado e nas memórias dos nossos antecedentes.
    Porque estou sempre mexendo e remexendo as coisas do passado não quer dizer que não vivo o presente e não penso no futuro. Muito pelo contrário: quanto mais leio, pesquiso ou penso coisas do passado, mais o futuro e as coisas relacionadas ao futuro fazem sentido para mim. Não me considero um saudosista ou até mesmo um passadista. O que busco é apenas o entendimento. A consciência de ser e estar no mundo. Conhecendo o passado e o que foi feito nele ou dele, podemos projetar e visualizar um futuro melhor e mais digno para todos.
    A História (esta com h maiúsculo) é um vasto campo e as respostas estão soprando no vento, como diz a letra de Blowin' in the Wind, do poeta e compositor Bob Dylan. O sopro, a brisa cálida e benéfica do entendimento e da compreensão humanas.