sábado, 27 de fevereiro de 2010

Blog da The Zorden no Myspace

Quem quiser acompanhar as peripécias da The Zorden, sinta-se à vontade e acesse o Myspace da banda - o endereço está logo a baixo. Além das músicas em Mp3, das fotos e vídeos, lá você encontrará o "Blog da The Zorden". Os textos, escritos também por mim, falam, ou falarão, sobre a banda - os shows, as entrevistas, o processo de composição das músicas, a produção do novo cd etc.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O esporte como deleite


Não sou um adepto do esporte. Aliás, gosto mesmo é ficar apreciando o esforço alheio, e pensando: coitado do cara! O ser humano deleita-se assistindo ao sofrimento alheio.
Os esportistas geralmente são pessoas saradas, possuem corpos esculturais, esbanjam saúde etc. e tal. Mas por que será que os jogadores de futebol, por exemplo, são considerados velhos depois dos trinta? O Mike Jagger tem uns setenta e bolinha e tá lá, firme e forte, cantando e gingando no palco. De velho, só a idade. E dizem que esporte é saúde. Mas será que é mesmo? Sei lá.
O grande Chico Anysio certa vez, em uma entrevista, fez duas perguntas a um entrevistador: "quantos esportistas você conhece, que viveram ou ainda vivem, ultrapassaram os cem anos?". O entrevistador ficou pensando um instante e a resposta veio simples e seca: "nenhum". Depois, a outra pergunta: "agora, quantos escritores, artistas ou intelectuais?" Resposta: "Muitos."
Tá aí o Oscar Niemeyer, que passou dos cem e tá mais firme que nem prego na areia. Tem também o José Saramago e o próprio Mike Jagger, que logo logo chegam aos cem, e que comprovam a teoria do Chico, que com a qual eu concordo plenamente: Esporte não é saúde. Arte, sim, é que é saúde! Existe a arte do esporte, mas isso é uma outra história.
O Saramago é um bom caminhante. Sei disso por ter lido nos seus Cadernos de Lanzarote e n'O Caderno, onde ele descreveu o seu cotidiano. O velhinho caminha bastante. Várias passagens desses livros o confessam. A sua jornada ao monte da ilha de Lanzarote é um bom exemplo.
Longas caminhadas, natação, uma pelada de futebol – claro que sem muita correria –, é óbvio que só fazem bem à nossa saúde, não há dúvida, mas desde que sejam executados com moderação. Inclusive a modalidade de levantamento de copo, que é a minha favorita.
Vejo no esporte, um deleite para a alma, mais que para o corpo, principalmente para aquele que está assistindo confortavelmente do sofá da sala e bebericando um cafezinho ou uma cervejinha bem gelada.
E viva o esporte!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Carnaval em Vancouver


Desde o feriado do carnaval que eu e a Mila estamos acompanhando as Olimpíadas de Inverno de Vancouver, no Canadá. Passamos o feriado em Porto Belo. Como não gostamos muito de pegar um sol, ficamos confinados em casa, em frente à TV. À praia propriamente dita, fomos, somente, nos finais de tarde. Passamos o carnaval quase que literalmente em Vancouver. Das escolas de samba, só uma olhadela rápida pelos noticiários. E isso que eu, como um bom brasileiro, gosto de samba.
A Mila, que já fez patinação, não perdia a oportunidade de pregar os olhos nas competições de patinação no gelo. Eu, pelo meu lado, devo admitir que também aprecio o espetáculo da dança, dos giros, dos saltos daquela modalidade, apesar de me sentir mais empolgado assistindo aos esportes mais "radicais", como o snowboard, as diversas modalidades do esqui etc.
Mas a verdade é que as Olimpíadas de Vancouver são um espetáculo à parte. Tudo organizado, sem filas, sem empurra-empurra, sem confusão. Não vemos, pelo menos para quem acompanha do lado de cá do ecrã, através da boa transmissão feita pela Rede Record, uma única sujeira nas ruas - papel, lata de cerveja etc. É a educação do primeiro mundo.
Em compensação, o carnaval aqui do Brasil, infelizmente, tem uma outra realidade. Gente urinando pelas ruas, pelas paredes e muros das cidades; papéis e latas de cerveja em todos os lugares, menos na lixeira. E têm ainda aqueles caras que passam com o som do carro talado no último, que chega a tremer o chão por onde passam e que mais parece um trio elétrico, e, diga-se de passagem, de um mau-gosto musical que chega a dar ânsia de vômito. E isso sem estar de ressaca!
Sobre esse assunto, o Rubem Fonseca escreveu em uma das suas obras, não me lembro ao certo em qual: o som alto é um sinal de estupidez. Concordo plenamente com o autor, visto que quem está pelas proximidades desses tais "trios elétricos" nem sequer consegue pensar, muito ao menos conversar.
Só quero saber como serão os Jogos Olímpicos aqui do Rio, em 2016...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

The Zorden em CD (7) – Waldir Annuseck

Foi no dia nove de novembro do ano passado, numa segunda-feira, que aconteceu a agravação do acordeão do seu Waldir Annuseck. A música Pra te encontrar, do Marcos Annuseck, com a letra feita praticamente em seis mãos – duas do próprio Marcos, duas minhas (João Paulo) com a ajuda da Mila (a Milene) – pedia algum instrumento que fugisse um pouco do padrão de uma banda de rock – guitarra, violão, baixo, bateria.

    A princípio, foi gravado um solo de harmônio, tocado pelo Rafael no teclado, mas ainda não era esse o som que buscávamos. Então surgiu a ideia de convidarmos o seu Waldir, que é o pai do Marcos, para participar da gravação. Mas não abandonamos de todo o solo feito pelo meu irmão – ainda pode-se ouvir o harmônio ao fundo, por detrás da gaita do seu Waldir.

    Desde que produzimos o cd Em Ordem, gravado em 2003 e lançado em 2004, é que queríamos gravar alguma coisa com acordeão, no entanto as músicas daquele cd não pediam algo desse tipo de sonoridade e o nosso tempo no estúdio já estava se esgotando. Acabou ficando para este cd que está sendo produzido.

    Músico experiente, seu Waldir não teve dificuldade em gravar o acordeão. Tocou a música umas três ou quatro vezes apenas. Daí, escolhemos o melhor take. O trecho do solo é que foi um pouco mais demorado, porém não mais que uns cinco ou seis takes, no máximo.

    Agora, só estamos aguardando a gravação da orquestra regida pelo maestro Frank Graf para darmos cabo a esta etapa da produção do cd...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

The Zorden em CD (6) - Metais


No dia 27 de janeiro de 2010 aconteceu a gravação dos metais para o 2º cd da The Zorden. Foram três as músicas reservadas para os sopros – Tudo Passa, Dinheiro e O Sol da Manhã –, além das três canções que serão gravadas com a orquestra.
Os arranjos dos metais foram idealizados pelo Rafael e escritos por ele mesmo e pelo Hélio Reichert, que é o saxofonista da banda. O Hélio foi também o responsável pela escolha e convocação dos músicos que participariam dessa etapa da gravação.
Agendamos o estúdio e fomos aguardá-los – eu, o Rafael, o Eduardo e o Deny. Foi uma tarde de sol e de calor escaldante. Lá pelas 14h chegaram os músicos, com o Hélio à frente do grupo.
Foram três os "metaleiros": o já citado Hélio Reichert – no saxofone –, o Jackson Marquezine – no trombone – e o Ezequiel Rodrigues – no trompete. A gravação foi feita ao vivo com os três tocando ao mesmo tempo. Isso para captar o feeling da interpretação do momento. Mesmo tendo a partitura à frente de seus olhos, os músicos tiveram espaços para improvisações. Todos muito experientes, não tiveram dificuldades para tal. As três músicas foram gravadas naquela mesma tarde.
    Gostaria de deixar aqui registrado um agradecimento especial ao Jackson e ao Ezequiel pela disponibilização dos seus tempos para com a The Zorden.
    Essas foram apenas duas das participações que terão no cd. A primeira participação foi o acordeão do Waldir Annuseck, tema para o próximo texto...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

The Zorden em CD (5) – Percussão

No dia 20 de novembro de 2009, numa sexta-feira, o Sérgio Teixeira iniciou os seus trabalhos de gravação para o 2º CD da The Zorden, ainda sem título definido – na verdade, ele já havia levado a percussão para o estúdio no dia anterior à noite. Lá pelas dez e meia da manhã começamos a passagem de som. Estávamos todos no estúdio: eu, o Rafael, o Eduardo e o produtor Deny.

    O Serginho subdividiu os trabalhos em quatro grupos distintos: Primeiro as três músicas que havíamos tocado com a orquestra da FURB e que já tinham uma percussão bem definida– O Silêncio do Vento, Mudanças e Tapera (Ribomba).

Em segundo, as que já tocamos ao vivo pelos bares, shows e festas em geral: Dinheiro, Tudo Passa e Sinais.

A terceira etapa ficou com as músicas que tinham uma percussão apenas delineada, como O Sol da Manhã, Milene e Pra te encontrar.

E por último, as músicas em que a percussão tem um papel secundário: A Fonte, Nossa Geração e Canção Perdida.

O Sergito gravou a percussão de todas as faixas em apenas um dia. Para isso, contou com a ajuda do Eduardo, que acabou gravando alguns pratos em algumas músicas: fazendo o efeito do vento, n'O Silêncio do Vento, e uns tilintidos na Canção Perdida.

Mais uma etapa da gravação do CD foi concluída, a próxima fase serão os metais do Hélio Reichert...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

The Zorden em CD (4) – Vocais

Enquanto terminávamos a gravação dos vocais principais, fomos registrando alguns backing vocals. Certas canções pedem uma segunda voz naturalmente, como é o caso de Tapera (Ribomba) e A Fonte. Na primeira, prevaleceu o arranjo vocal da interpretação que fizemos junto à Orquestra da FURB, em duas apresentações distintas, uma em setembro, e a outra, em dezembro de 2007, no qual o Fael canta a primeira parte, e eu, a segunda. No final, cantamos em dueto.

    Já em A Fonte, música em que falo das influências da The Zorden e dou uma pincelada na história da música, as duas vozes principais se fazem necessárias para realçar a ideia da letra e da própria The Zorden, visto que conto a história da mesma.

    As faixas restantes contam com vocais ocasionais. As segundas vozes entram nos refrães e em lugares específicos. Gravamos vocais de apoio em todas as músicas. Este é um dos pontos que diferem do cd Em Ordem. Nele, há poucos vocais, apenas em algumas passagens e em certas faixas.

Canções como Pra te encontrar, Nossa Geração, Sinais, Tudo Passa e O Sol da Manhã foram recheadas de coro, executados por mim e pelo Fael, com o apoio do Sérgio (o percussionista) em alguns trechos. Não sabemos ainda se estes coros serão definitivos, no entanto, lá estão.

A partir desta etapa, quem assumirá os trabalhos será o Serginho Teixeira...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mares e Campos, de Virgílio Várzea

Mares e Campos é um volume de contos do escritor catarinense Virgílio Várzea publicado em 1895. Virgílio foi o grande pioneiro da narrativa curta neste Estado, assim como Machado de Assis o foi em âmbito nacional. As narrativas têm o Mar como principal ponto de unidade.

Virgílio Várzea foi também o pioneiro da literatura marinhista, não apenas em Santa Catariana, mas em todo o Brasil e América do Sul. Seus contos são, em geral, pequenas tragédias vividas pela gente simples da costa catarinense – em sua maioria, os personagens são pescadores, lavradores e descendentes de açorianos.

A Morte está presente em quase todas as suas narrativas, assim como os temas religiosos – as festas, os cultos ou simplesmente a adoração dos fiéis.

Outro ponto a ser salientado são as descrições das paisagens. Uma descrição estática, do ponto de vista do narrador, em que cada conto é como se fosse um quadro pintado pela força e a beleza dos textos.

Sua literatura é uma literatura de transição. O Romantismo contrasta-se com o Realismo, abrindo, dessa forma, as portas para o Simbolismo.

Virgílio Várzea foi o primeiro escritor catarinense que mais alto voou com sua literatura, colocando, desta forma, o nosso Estado em evidência em todo o território nacional. Mares e Campos é, sem dúvida nenhuma, um grande exemplo disso.

Uma leitura poética e uma literatura agradável para quem procura saborear um bom texto, cheio de música e de sons marítimos.