sexta-feira, 25 de março de 2011

A internet é mãe do conhecimento

O livro, na sua acepção de sentido figurado, é um conjunto de conhecimento, de instrução. Este conjunto pode ser impresso ou digital. Qualquer livro, mesmo que tenha conteúdo e qualidade ao menos razoáveis, é o pai da ciência. Todo conhecimento adquirido pelo homem durante séculos e mais séculos de história está escrito em suas páginas. A cultura dos povos do mundo inteiro é passada de geração após geração através de suas páginas.
Atualmente, a internet é como se fosse um livro, dentro da definição dada acima. A internet é como um grande oceano de conhecimento. Tudo, ou quase tudo, está lá. Uma pena é falta de interesse da maioria dos internautas pela busca e aprimoramento cultural. As informações superficiais que as pessoas buscam através de sites da internet não chegam a desenvolver cidadãos conscientes e formadores de opinião.
Dessa forma, o problema não está na internet e sim no usuário da mesma. A internet é a ferramenta que possibilita a democratização do conhecimento. Desde que seja usada com sabedoria e prudência, todos podem usufruir desse manancial de informações e conhecimentos gerais.
Assim, mais uma vez vem à tona a questão da educação. Se os pais não dão aos seus filhos o exemplo da leitura de um bom livro e o interesse pela busca do conhecimento na rede ou livros convencionais, como querem que seus filhos adquiram o hábito da leitura? Ler é saber. O livro é o pai da ciência, do saber. A internet é a mãe do conhecimento. Se a mãe é boa ou não é uma questão de como os seus filhos – internautas – a tratam.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O futebol das palavras

Escrever um texto sem ter nada em mente e sem saber ao certo aonde vai dar ou aonde realmente se quer chegar é como sair de casa sem ter um rumo, um traçado, um destino certo. Produzir qualquer coisa sem antes ter um projeto ou uma vaga ideia do que se quer produzir é uma tarefa amedrontadora, faz muita gente desistir do ofício antes mesmo de começá-lo. Dizem, no entanto, que para comer e coçar, basta começar.
O pontapé inicial é o mais importante. Depois que o juiz apita o início partida, o corre-corre começa. A bola vai de um lado ao outro do campo, tabelando, sem um esquema predefinido pelos jogadores. O mesmo ocorre com a escrita. As palavras vão amontoando-se naquele espaço em branco da tela como se fossem brotando do nada. De repente, como num passe de mágica, o texto toma forma. É o primeiro chute a gol... No intervalo do jogo, faz-se uma análise tática e resolve-se o que deve ser feito para que a partida não termine com um resultado ruim.
A analogia ao futebol é mais que precisa, pois é exatamente assim que ocorre com a escrita. O cérebro envia uma mensagem aos dedos para que estes comecem o dedilhado. À medida que o texto avança e as frases formando uma ideia, a mensagem do texto torna-se real, palpável, tangível, ainda que digital. O gol não precisa sair, a partida pode muito bem terminar em zero a zero.
O zero a zero não é necessariamente um resultado ruim. No fim das contas, o mais importante é o jogo ter começado, pois para escrever, basta começar a escrever...

sexta-feira, 11 de março de 2011

O pós-carnaval

Termina enfim a semana do pós-carnaval. Parece que a partir da semana que vem é que o ano começará de fato. O Brasil não funciona antes do carnaval, tanto no plano político como nosso dia a dia, nas nossas atividades comuns. Tudo é deixado para depois do carnaval. “Depois do carnaval a gente conversa”, é a frase que mais está na boca do povo.
Mesmo que neste ano o feriado de carnaval tenha caído no início de março e as aulas já terem começado em meados de fevereiro, ainda fica aquela sensação de estarmos em stand by, assim como os nossos aparelhos eletrodomésticos. A gente fica à espera de algo. E este algo é só pra depois do carnaval. “Te ligo depois do carnaval para agendarmos alguma coisa”, falam as pessoas dos negócios.
Nesses momentos de stand by é que devemos fazer uma autoanálise das coisas de que realmente necessitamos. Pois ás vezes nós temos a sensação de estarmos precisando de algo, mas que no fundo não passa de uma pseudo-necessidade de artigos que nada ou quase nada afetam o nosso cotidiano. As verdadeiras necessidades de que precisamos são: cultura, arte, esporte e demais produtos que contribuem para mantermos nossos corpos e mentes saudáveis.
No entanto, nada é feito pelas nossas autoridades para que possamos ter um estilo de vida mais saudável. E parece que nem tampouco nós, o povo, clamamos por melhorias. “O quê?! esse negócio de cultura, esporte e lazer? fica só pra depois do carnaval...”

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pau-de-bugre - a simpatia

A boiada ia à frente num passo pachorrento enquanto ‘tio’ Guina e seu companheiro, um guri de uns doze anos, iam atrás, montados nos seus cavalos, proseando e tocando o gado. Foi quando ‘tio’ Guina avistou uma árvore na beira do caminho:
         “Tá vendo aquela árvore naquele capão logo ali na frente?”
         “Tô sim, ‘tio’ Guina.”
         “Pois esta árvore é a tal da aroeira-de-bugre, também conhecida aqui na região como bugreiro ou pau-de-bugre.”
           “Mas o que é que tem esse tal de pau-de-bugre, ‘tio’ Guina?”
“Pois olhe, esse tinhoso tem uma coisa muito curiosa. Se você encostar ou até mesmo passar por perto dele, você pega uma coceira danada no corpo. A pele fica numa vermelhidão que é coisa séria.”
“Mas então não vamos passar por perto dele, vamos dar a volta!”
“Não convém, meu filho! Não há porque desviar.”
“É que eu não quero pegar essa comichão!”
“Então eu vou te ensinar uma simpatia que é tiro e queda! Toda vez que você encontrar um bugreiro por aí, você tem que cumprimentá-lo. Mas tem que ter muita convicção, senão não dá certo! E tem que ser com muito respeito, que é coisa séria! Você passa pelo lado dele, tira o chapéu, com muito respeito, e diz, mas bem alto e muito bem claro pra não ter problema: Bom dia, seu Bugre! E tem que dizer três vezes, senão não funciona.”
Estavam já próximos da árvore e o rapaz foi logo tirando o chapéu e dizendo: “Bom dia, seu Bugre! Bom di...”
“Espera lá, meu filho, tem mais uma coisa. Você tem que dizer ao contrário: bom dia se for de noite; e boa noite se for de dia.”