sexta-feira, 12 de março de 2010

E Assim Falou Zaratustra...

Na postagem de hoje transcrevi um trecho do livro Assim falou Zaratustra, do grande filósofo e pensador do século XIX Friedrich Nietzsche. O trecho abaixo não necessita de explicações, basta ler, apreciar e interpretar. O estilo poético e bíblico do texto sugere interpretações diversas. Porém a mensagem principal pode ser facilmente compreendida.

    Segue o trecho:

"Chamo desgraçados também aos que têm de estar sempre à espera, são o contrário de mim, todos esses aduaneiros e tendeiros e reis e demais guardiães de países e de lojas.

    Eu também aprendi profundamente a esperar, mas esperar-me a mim. Aprendi sobretudo a ter-me de pé, a andar, a correr, a saltar e a bailar.

    Que a minha doutrina é esta: o que quer aprender a voar um dia, deve desde logo aprender a ter-se de pé, a andar, a correr, a saltar, a trepar e a bailar; não se aprende a voar logo à primeira!

    Com escadas de corda aprendi a escalar mais de uma janela; com pernas ágeis trepei a elevados mastros do conhecimento, oscilando como uma labaredazinha: uma luzinha tão só, mas um grande consolo, todavia, para as embarcações encalhadas e para os náufragos.

    Cheguei à minha verdade por muitos caminhos e de muitas maneiras; não subi por uma escada só à altura donde os meus olhos olham ao longe.

    E nunca perguntei o caminho sem me contrariar. – Sempre fui contrário a isso. – Sempre preferi interrogar e submeter à prova os próprios caminhos.

    Provando e interrogando, foi assim que caminhei, e naturalmente é mister aprender também a responder a semelhantes perguntas. Eis o meu gosto: não é o meu gosto, e não preciso ocultá-lo nem dele me envergonhar.

    'Este é agora o meu caminho; onde está o vosso?' Era o que eu respondia aos que me perguntavam 'o caminho'. Que o caminho... o caminho     não existe.

    Assim falou Zaratustra."

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