sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os guapequinhas

Os guapequinhas estavam mais pra lá do que pra cá. Quando João Antônio começou a tratá-los com o vermífugo, logo eles deram de expelir os vermes. Eram umas coisas compridas e finas. Mais pareciam umas minhocas.
Um dos cinco cachorrinhos infelizmente não agüentou e acabou morrendo. Estava muito debilitado e, por ser o menor da ninhada, os outros não deixavam que ele se chegasse para mamar nas tetas da mãe.
Mas João Antônio estava mesmo preocupado era com o guapevinha mais parecido com Coleira, o que ele decidiu dar o nome de Campeão. O cachorrinho estava também muito debilitado. Se sobrevivesse, seria por milagre.
A bem da verdade, João Antônio pensou que nenhum deles pudesse sobreviver. Mas à medida que os dias iam passando, os quatro guapecas sobreviventes se mostravam cada vez mais fortes.
Por isso é que Maria da Graça teve que dobrar a comida dos cachorros. A porção de polenta sem sal que fazia já não era suficiente. A partir daquele dia, a polenta passou a ser feita num panelão que era usado na cozinha de chão para preparar as morcilhas, linguiças, sabão e outras coisas de fazenda.
Não demorou muito, os filhotes começaram a perambular pelo quintal em frente de casa. Corriam atrás das galinhas e dos marrecos. As ovelhas batiam as patas da frente com força no chão e avançavam sobre os filhotes, que de medo e falta de experiência das lidas campeiras, corriam esganiçando desesperadamente.
Era bonito de se ver. Aquela brincadeira de correr atrás das ovelhas e de outros animais de criação, na verdade, era como uma espécie de exercício para as fainas futuras. “Esse Campeão vai ser bom de lida!”, dizia João Antônio, “Olhe só o jeito que ele se agacha pra dar o bote!”
Quando era tempo de lidar com o gado, os cachorrinhos observavam, do cercado da sede, a mãe e os outros cachorros da fazenda arrebanhando a tropa, pois não se atreviam a ultrapassar esse limite de segurança.
Mas logo, logo será a vez dos filhotes de lidar e campear o gado pelos campos e canhadas.

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