sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os contos dos vigários

Foi um dia de muita alegria e diversão. As crianças brincavam e corriam pelos campos em derredor. Os mais jovens apostavam nos leilões de prendas e se enamoravam nas barracas do beijo e se deliciavam com as maçãs do amor. Barracas de churros, pipoca e algodão doce fervilhavam naquela quermesse do interior.
Terminados os festejos para arrecadar dinheiro para a diocese, os três padres das paróquias participantes do evento se reuniram para contarem o dinheiro e fazerem a devida divisão: uma parte para a Igreja e outra para o Senhor.
Foi então que o primeiro padre falou, com aquele sotaque italiano com laivos de latim que é típico dos padres:
– Para uma divisão certa do dinheiro, sugiro que façamos um círculo no chão afim de que, ao lançarmos o dinheiro para o alto, o que cair do lado de dentro do círculo, será do Senhor, o restante será para a paróquia.
Pensaram calados por alguns instantes e o segundo padre, um pouco menos generoso para com o Senhor, falou:
– Façamos então apenas um risco neste mesmo chão. Joguemos, da mesma forma, o dinheiro para as alturas e o que cair para o lado de lá será do Senhor e o que calhar para este lado, será para a paróquia, amém!
Refletiram mais um pouco e o terceiro padre, vendo que os métodos sugeridos pelos outros dois não seriam muitos vantajosos para a paróquia, trouxe uma outra proposta que seria, essa sim, muito lucrativa para a Igreja.
– Sugiro que apenas lancemos aos céus do Senhor estas poucas migalhas que ora recolhemos. Se Ele recusar é por que não Lhe apetece tamanha fortuna.
E assim foi feito...

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