sábado, 3 de outubro de 2009

Soneto


O soneto que segue logo abaixo foi escrito no dia 10 de dezembro de 2004. Alguns retoques foram feitos aqui e ali no decorrer desses anos todos. Eis o resultado dessas lapidações:


Um livro exposto na estante me espreita.
Parece-me que o livro encerra em si
um lapso de instantes que eu não vivi.
Visão anterior ao ser primeiro


Vasto caminho. Vasta solidão.
O que me basta é ser o que já fui.
Meros versos dispersos ao sonhar,
meras lutas travei em mim – e em vão.

Velhos hábitos, velhas atitudes
povoam meu espírito inquieto.
Será o sonho um tempo em construção?

Será o dia a construção da noite?
Será a noite que prepara o dia?
E o livro que me espreita encerra o fim.

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